Meninos e meninas
Sem postura nem compostura.
Andando, falando.
Como o ciclo da água,
Descem e sobem ruas.
Incansáveis criaturas.
Seus olhos que tanto viram
Mostram aos seus cérebros
Suas mais novas experiências.
O que é muito é pouco.
Inexperientes, vagam,
Procurando experiências,
Experimentos.
Matam e machucam,
Sem vida, a vida.
Insetos esmagados,
Animais chutados.
Longe de suas cabeças
A percepção da semelhança.
Se lançam aos impulsos,
Puros, tão impuros.
Buscam o calor e o amor.
Encontram muita dor,
Mas como se fosse água,
Engolem, sem gosto nem desgosto.
E seus corpos manchados,
Marcham sem direção.
O egoísmo, excêntrico,
Egocêntrico, é o motor.
Suas imagens refletidas lhes chamam a atenção
Mais que as estações, primavera, verão.
A vida vai passando
Rápido como quem tem pressa.
Esses que têm pressa:
Essas crianças, andrógenas,
Fruto de suas dores,
De seus mais belos amores.
Vivem a vida como se fosse curta
Sentem como se fosse longa
E morrem como se não tivesse sido,
Como se pudessem ter aproveitado mais.
E seus arrependimentos,
Se tornam os únicos sentimentos.
Dignos de pena, vagam.
Atravessam paredes, como fantasmas.
Quem lhes dera ser a parede.
Tão simples, pura, fácil.
Ao invés, só sugam tudo e se destroem.
Engraçadinha, essa raça humana.
Ricardo Cardoso de Lima e Silva
23/07/2007
2 comentários:
Há muito tempo não passava aqui, mas li o que pude e o blog continua valendo a pena de ser lido.
Gostei muito de tudo que li ^^
=***
Ao contrário da Manu, eu tenho entrado bastante aqui, mas a troxa esquece de comentar
É, eu adoro, vocês sabem
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