Perder a vida
Na vida.
Não é ilusão de sexo,
Nem a carne ferida.
Nem estrela
Que brilha
Por não ser impedida.
Mas euforia contida.
Sabor
Do saber
Ser.
O nada em cada tudo.
Nada faço
Com a vida
Ela que me faz.
Fez e fará.
Lembraremos juntos
O verão
De nossas idas.
Guilherme Lanari Bo Cadaval 15/9/2007
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
Poema
Subversiva
(Ferreira Gullar)
A poesia
quando chega
não respeita nada.
Nem pai nem mãe.
Quando ela chega
de qualquer de seus abismos
desconhece o Estado e a Sociedade Civil
infringe o Código de Águas
relincha
como puta
nova
em frente ao Palácio da Alvorada.
E só depois
reconsidera: beija
nos olhos os que ganham mal
embala no colo
os que têm sede de felicidade
e de justiça
E promete incendiar o país.
(Ferreira Gullar)
A poesia
quando chega
não respeita nada.
Nem pai nem mãe.
Quando ela chega
de qualquer de seus abismos
desconhece o Estado e a Sociedade Civil
infringe o Código de Águas
relincha
como puta
nova
em frente ao Palácio da Alvorada.
E só depois
reconsidera: beija
nos olhos os que ganham mal
embala no colo
os que têm sede de felicidade
e de justiça
E promete incendiar o país.
terça-feira, 18 de setembro de 2007
Sacrifício
Num instante foi o sangue, o horror, a morte na lama do chão.
– Segue, disse a voz. E o homem seguiu, impávido
Pisando o sangue do chão, vibrando, na luta.
No ódio do monstro que vinha
Abatendo com o peito a miséria que vivia na terra
O homem sentiu a própria grandeza
E gritou que o heroísmo é das almas incompreendidas.
Ele avançou.
Com o fogo da luta no olhar ele avançou sozinho.
As únicas estrelas que restavam no céu
Desapareceram ofuscadas ao brilho fictício da lua.
O homem sozinho, abandonado na treva
Gritou que a treva é das almas traídas
E que o sacrifício é a luz que redime.
Ele avançou.
Sem temer ele olhou a morte que vinha
E viu na morte o sentido da vitória do Espírito.
No horror do choque tremendo
Aberto em feridas o peito
O homem gritou que a traição é da alma covarde
E que o forte que luta é como o raio que fere
E que deixa no espaço o estrondo da sua vinda.
No sangue e na lama
O corpo sem vida tombou.
Mas nos olhos do homem caído
Havia ainda a luz do sacrifício que redime
E no grande Espírito que adejava o mar e o monte
Mil vozes clamavam que a vitória do homem forte tombado na luta
Era o novo Evangelho para o homem da paz que lavra no campo.
– Segue, disse a voz. E o homem seguiu, impávido
Pisando o sangue do chão, vibrando, na luta.
No ódio do monstro que vinha
Abatendo com o peito a miséria que vivia na terra
O homem sentiu a própria grandeza
E gritou que o heroísmo é das almas incompreendidas.
Ele avançou.
Com o fogo da luta no olhar ele avançou sozinho.
As únicas estrelas que restavam no céu
Desapareceram ofuscadas ao brilho fictício da lua.
O homem sozinho, abandonado na treva
Gritou que a treva é das almas traídas
E que o sacrifício é a luz que redime.
Ele avançou.
Sem temer ele olhou a morte que vinha
E viu na morte o sentido da vitória do Espírito.
No horror do choque tremendo
Aberto em feridas o peito
O homem gritou que a traição é da alma covarde
E que o forte que luta é como o raio que fere
E que deixa no espaço o estrondo da sua vinda.
No sangue e na lama
O corpo sem vida tombou.
Mas nos olhos do homem caído
Havia ainda a luz do sacrifício que redime
E no grande Espírito que adejava o mar e o monte
Mil vozes clamavam que a vitória do homem forte tombado na luta
Era o novo Evangelho para o homem da paz que lavra no campo.
Vinicius de Moraes
Rio de Janeiro, 1933
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
Sofia
Sofia toma calmantes.
Assalta-me o corpo
Em noites distantes.
Se joga logo ao fronte;
Sofia nada teme.
(só barata pela janela).
Nela me encontro.
Em meio ao caos
De tantos dias.
Tantos dizeres e fazeres.
Tantas nuvens
De papel
Voando.
Vejo Sofia lá no alto,
Sempre sorriso no cenho.
(Sofia me rouba tudo que tenho).
E acena.
Ou talvez espante os mosquitos
A beber-te o sangue.
Às vezes no mau tempo,
Me jogo à terra
Esperando Sofia
Ser chão.
Guilherme Lanari Bo Cadaval 2/9/2007
Assalta-me o corpo
Em noites distantes.
Se joga logo ao fronte;
Sofia nada teme.
(só barata pela janela).
Nela me encontro.
Em meio ao caos
De tantos dias.
Tantos dizeres e fazeres.
Tantas nuvens
De papel
Voando.
Vejo Sofia lá no alto,
Sempre sorriso no cenho.
(Sofia me rouba tudo que tenho).
E acena.
Ou talvez espante os mosquitos
A beber-te o sangue.
Às vezes no mau tempo,
Me jogo à terra
Esperando Sofia
Ser chão.
Guilherme Lanari Bo Cadaval 2/9/2007
domingo, 16 de setembro de 2007
Desde o Primeiro Instante
Visão me embaraça;
Olfato me tranqüiliza;
Audição me amedronta;
Tato me arrepia;
Paladar me alegra.
Pois ao último instante
Já és minha.
E nossas línguas se roçam.
Tuas coxas me prendem.
Dançamos a noite inteira.
Perdemos-nos entre prazeres e orgasmos.
És minha por uma foda.
Sou teu pela eternidade.
Olfato me tranqüiliza;
Audição me amedronta;
Tato me arrepia;
Paladar me alegra.
Pois ao último instante
Já és minha.
E nossas línguas se roçam.
Tuas coxas me prendem.
Dançamos a noite inteira.
Perdemos-nos entre prazeres e orgasmos.
És minha por uma foda.
Sou teu pela eternidade.
Ricardo Cardoso de Lima e Silva
06/09/2007
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