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sábado, 11 de agosto de 2007

Meninas ao Vento

Porque ao vento se jogaram,
Ó meninas?
Deram-se, despreocupadas.
Como se a tarde
Não acabasse.
Correram com pés de bailarina,
Que contra o chão,
Barulho não fazia.

Porque soltaram teus cabelos,
Ó meninas de seda?
E passaram à frente do poeta,
Todas se rindo.
Como dizendo,
Este jamais nos tocará.

Porque voam tão alto,
Ó meninas de nuvens?
Deslizando felizes
Junto ao sol,
Feito pétala vadia
De rosa.

Brincaram de pega,
Beijo na boca.
Feito ninfas
Em campos verdejantes.
E o poeta ao pé da árvore,
Suspirando versos,
De meninas ao vento.

Guilherme Lanari Bo Cadaval 10/08/2007

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Primeiros Encantos

No exato momento em que aquele ser foi visto, Diogo abriu a cortiça de sua janela. Deixou o sol bater em sua face enquanto escancarava sua janela e suas respirações ficaram mais saudáveis e demoradas. Mais prazerosas, orgásmicas. E o gozo daquele momento foi único enquanto ele contemplava a beleza daquela menina. Ela estava em seu quarto e ele gostaria de um dia se encontrar no dela. Mas onde o destino os guiaria era mistério.
E com um piscar de olhos, ela sumiu de sua vista, mas ele pôs-se a correr. A tentativa de conhecê-la poderia mudar sua vida. Um pensamento ocorreu à sua mente enquanto atravessava a rua. Ela era de sua escola e seus poucos anos de vida se tornariam muitos enquanto o prazo não acabasse. Havia tempo. Não precisava ter pressa. No dia seguinte a veria e com ela brincaria. Se esforçaria para aprender suas matérias de primário para que ela pedisse sua ajuda e, quem sabe, o levasse até seu quarto.
Ricardo Cardoso de Lima e Silva
08/08/2007
Nesse texto tem uma metáfora. Quem acertar primeiro ganha um beijo. Mentira. Quero incentivá-los a tentar acertar e não o contrário. Quem acertar primeiro ganha o prazer de ser muito bom em interpretação de texto.
^^

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Um Pedido

Resolvemos fazer uma experiência. Quem entrar no blog, deixe um comentário neste post. Uma palavra, uma frase, uma história, um nome, seja o que for. Qualquer coisa que você gostaria de ver transformado em poema. Não precisa deixar nome se não quiser. Qualquer coisa tá valendo. Ambos iremos escolher o que gostamos mais, e cada um fará um poema baseado naquilo. Isso é só uma experiência. O resultado pode ficar legal ou não. De qualquer forma, acredito que será divertido.
Os poemas podem demorar um pouco para chegar, mas tenham certeza de que vão chegar. Acho que era só isso. Estaremos esperando seus comentários. : )

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Carne e Subjetividade

Do que é feito o coração
Se não carne e sangue?

Do que é feito o amor
Se não tempestades cerebrais?

Como pode a subjetividade
De um poema mal-feito
Interagir com os músculos
Da mão e dos dedos que o escrevem?


Tudo se relaciona sem conexão;
Tudo faz bater forte o coração;
Tudo traz alguma emoção.

Então o que é a vida
Além da literatura
Em sua materialização?


Ricardo Cardoso de Lima e Silva
30/10/2006

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Poema de última hora

Amar,
Você.
Condição de minha existência.
Que sem você,
Perde o significado.
Quero te amar
Todo dia
E eternamente.
Mesmo que
Uma eternidade
Não seja suficiente.
Mesmo que pobre,
Na chuva.
Mesmo que
Com fome
E frio.
Sapato furado,
Na beira do
Precipício
Enlameado.
Mesmo sem voz
Para dizer.
Papel seco
Para escrever.
Olhos nos teus
E sabes.
Sem você,
Não vivo
Segundo sequer.

Guilherme Lanari Bo Cadaval

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Snowflakes

Jamie looked at her hand and thought “Did I do this with my own hands?”. She smiled to the wind and smelled the air. She took a deep, long breath, and prepared herself for the acceptance on the way home. The walk was not too long, and she wasn’t really worried. But a feeling of fear had dominated her. Despite she didn’t know if it was about the future or the past she feared about the “for ever”. The possibility of things had done by that one specific moment where she had made a mistake. Or even the other, maybe more scary one. Could ever be a chance of the personality of that young person change? What would she have to do? What would she do?
The girl started walking. Why would she be there any longer? She put her legs to move, then. What could she do, right?
For one second, she distracted herself. It had started snowing and one of the most beautiful things she had ever seen, were the little snowflakes, falling upon her head, falling from the beautiful, magnetic, clouds. She realized it was cold, and put the gloves on. But her mind would not go too far. Suddenly she started thinking about her, so brief, life. And she has always believed she was relaxed, calm. She would put her hand on fire, she would bet all of her possessions on that belief. How about “Don’t worry, be happy!”? Wasn’t she one of the people who most said that? Then why was she in that situation. She was terrified.
And then, when the smallest snowflake on Earth landed, right on her nose, as if it wanted to show how simple life is. All of the sudden she remind herself why she was in that situation. She stopped right in front of her house. A sweet laugh came out of her mouth and she slowly closed her blue eyes. How happy was she? She didn’t know, she didn’t care, really. She was only seven years old and just wanted to get home, hug her mother, and play with her toys. She got rid of her worries and entered her home.
Ricardo Cardoso de Lima e Silva
24/05/2007

domingo, 5 de agosto de 2007

Um Aviso e um Soneto...

Encontro-me sem textos para postar. Tenho alguns, na verdade, mas que ainda estão em fase de crescimento, nem perto de estarem prontos para se lançar ao mundo (hehehe). Portanto, deixo-lhes com um Soneto. "Vinícius de Moraes foi quem melhor conseguiu, no Brasil, realizar o ideal romântico – e modernista – de unir arte e vida." Diz Paulo Henriques Britto na contra-capa do Livro de Sonetos, de Vinícius. Aí vai...

Soneto Da Rosa Tardia
Vinícius de Moraes

Como uma jovem rosa, a minha amada...
Morena, linda, esgalga, penumbrosa
Parece a flor colhida, ainda orvalhada
Justo no instante de tornar-se rosa.

Ah, por que não a deixas intocada
Poeta, tu que és pai, na misteriosa
Fragrância do seu ser, feito de cada
Coisa tão frágil que perfaz a rosa...

Mas (diz-me a Voz) porque deixá-la em haste
Agora que ela é rosa comovida
De ser na tua vida o que buscaste

Tão dolorosamente pela vida?
Ela é rosa, poeta... assim se chama...
Sente bem seu perfume... Ela te ama...

Rio, julho de 1963