Um Belo Dia acordou e olhou o relógio. Belo Dia estava devagar, mas bonito. Assim como os outros Dias, sorriu para todas as vidas do planeta, iluminando-os com alegria. Mas este Dia não era como qualquer outro, era muito especial. E porque esse Dia era Belo, todos viveram com um pouco mais de alegria, pois o Dia estava alegre. Mas no final, depois de tantos momentos inesquecíveis, o Dia estava morrendo, pois tinha de morrer, como todos os outros Dias. E ao entardecer, Um Belo Dia tentou copiar seu jeito de quando acordou, pois assim havia ficado mais bonito, mais puro. Havia de nascer e morrer belo e puro. Muitos pararam para assistir Um Belo Dia morrer. Até mais do que os que o assistiram nascer, o que parece meio mórbido. Após tal cerimônia, o mundo, regado de novas energias e entusiasmos, dados por aquele Dia, continuaria a viver. Parecia ser cedo, até. Mas quando todos realmente refletiam o tempo do Dia não fora nada mais que o necessário, nada mais que o ideal. E assim era o mundo e a vida, nenhum Dia durava mais que outro Dia.
Ricardo Cardoso de Lima e Silva
25/07/2007