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terça-feira, 20 de novembro de 2007

mais um sem título

Às vezes, mesmo no outono,
O cheiro da primavera
Enriquece-nos os pulmões.
Algo aflora nessa parte de fauna
Que somos nós.

Nossos desejos se encontram.
Mútuos, intensos, naturais,
Controlam-nos a mente e o corpo.
Nossos corpos ferventes
Transigem à fantasia.
Nossas carcaças se colam,
Umas às outras,
Na esperança
De que nos tornemos um só.

Mas o espaço de um, é dele.
E somente dele,
Para gozar da liberdade de ser.

E nossos logos se conformam,
Em ter tido nossa noite fogosa
E o prazer que será,
Em alguma dimensão,
Eterno.

Ricardo Cardoso de Lima e Silva

19/11/2007