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quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Retorno

Tenho alguns poemas, que escrevi durante essa pequena ausência, e vou postar aos poucos, intercalando com textos de diferentes autores. Vai aí o primeiro, espero que gostem:


Vertigem

Caio.
Em casa sem chão e tábuas
De madeira velha
Que alinhei junto ao colchão
Nas mil noites mal dormidas
Sem unha pra agarrar
A mão a mim estendida,
Caio.

Medo no escuro

Sento.
No banco vermelho
Exposto em meio ao serrado
Eu amarrado e com mordaça de flores
Pra sangrar todos meus amores
Que passam distantes
Onde os dedos não chegam,
Sento.

Tiro no peito

Sinto.
O tempo correndo
Sempre em demasia
De poucas palavras
E tics e tacs do relógio
Que bate só na cozinha
E me invade toda vez quando vou mijar,
Sinto.

Parado no ar

Vejo.
Redentor lá no alto
Roubando-me a cama
Sem lençóis nem fronhas
E vazia de mim
Que sento na sala
Em meio a fumaça
Pensando quanto tempo ainda falta
Para que algo aconteça.

Guilherme Lanari Bo Cadaval 6/9/2007

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