Foge a lembrança do teu rosto.
Pois és somente isso;
Lembrança.
Sem lugar no tempo,
De todo tempo perdido.
Não fazes sentido.
Não tem pés, nem braços.
Nem rosto.
Um algo afogado
No fundo de caixa que não sabe onde está.
Não te evoca, o pensamento.
Se eras miúda e tinha olhos tristes.
Se no peito guardava
O que não se deve guardar.
Então tua voz terminava em coro,
Com o resto das coisas barulhentas.
E os dias não amanheciam,
Pra não te atrapalhar o sono.
A beleza que te deixa correr solta contra o vento.
Mas tu escapas de qualquer gravura,
E nos derrama as mágoas da vida.
Talvez teu pranto
Vá silenciar de vez as tantas folhas,
Voando mortas de encontro ao chão.
Rio, 22 de Fevereiro de 2008
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
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Um comentário:
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